MERCADO DO BOI GORDO Análise semana 10 a 14 de janeiro de 2.022
FONTE: http://www.cepea.esalq.usp.br/br/indicador/boi.aspx)
Novidade da semana: relação de troca boi gordo e bezerroEstá acontecendo, pelo menos até o dia 17 janeiro de 2.022, uma melhor relação de troca entre a venda do boi gordo de 16,5 arrobas e a compra do bezerro de corte Nelore de 8 a 10 meses de idade: 1 boi gordo comprando 1,94 bezerros
E isto em razão da ALTA no preço do boi gordo (Indicador Boi Gordo CEPEA (B3)) no Estado de Sãos Paulo e que foi de R$335,50 a arroba, e a QUEDA do preço médio do bezerro Nelore de 8 a 10 meses de idade (Indicador Bezerro Cepea, Mato Grosso do Sul), com o preço médio de R$2.850,00 por cabeça, e que ficou abaixo da máxima nominal já observada para a categoria, de cerca de R$3.100,0 por cabeça apurado em 2021.
Boi Gordo: R$335,50 por arroba.
No gráfico 1, a evolução durante os últimos 30 (trinta) dias, das cotações dos preços pagos pela arroba do boi gordo (Indicador Boi Gordo CEPEA (B3)) no Estado de São Paulo, à vista e livre de CERSS (antigo Funrural).
Gráfico 1- Evolução dos preços da arroba do boi gordo no Estado de São Paulo nos últimos 30 (trinta) dias, e até o dia 14 de janeiro de 2.022.
Segundo o Informativo do CEPEA (13/01/2.022) – “os preços médios da arroba bovina negociada em São Paulo estão se mantendo acima dos R$ 330 desde o início deste ano (2.022), atingindo recorde nominal diário no dia 5 janeiro, quando fechou a R$345,25. A retomada dos envios de carne bovina à China vem sustentando os valores da arroba. Além da demanda mais aquecida por novos lotes para abate por parte de frigoríficos, a oferta de animais segue baixa,” concluiu o CEPEA.
Fonte: https://www.cepea.esalq.usp.br/br/imprensa.aspx
De acordo com o Analista de Mercado da Agrifatto, Yago Travagini Ferreira – Notícias Agrícolas (14/10/22), “o mercado físico do boi gordo seguiu sustentado na primeira semana de janeiro com a oferta restrita de animais. No entanto, estamos acompanhando que nos últimos dias esse cenário de sustentação está começando a perder força, conforme tem ocorrido um aumento pontual da oferta de animais.
Atualmente, as negociações estão sendo efetivadas ao redor de R$330,00 a arroba para o boi comum, e o animal com destino a exportação está próximo de R$340,00. A queda do dólar impactou os preços ofertados para arroba do boi China, enquanto o baixo escoamento no mercado interno está afetando os preços do boi comum”, relatou Yago Travagini. Fonte:https://www.noticiasagricolas.com.br/videos/boi/306970
Matéria divulgada pelo Portal DBO (14/01/21) destaca: “o avanço nas escalas de abate limita valorização da arroba, que segue em patamares elevados. Com retorno da China, embarques seguem em ritmo elevado, dando também sustentação às cotações domésticas. Ofertas de animais prontos para abater continuam enxutas, relatam as consultorias.
Fonte: https://www.portaldbo.com.br/boi-gordo-avanco-nas-escalas-de- abate-limita-valorizacao-da-arroba-que-segue-em-patamares-elevados/
Ainda nesta matéria do Porta DBO, e segundo a Scot Consultoria, “após começar a semana com uma tentativa de pressão de baixa sobre o mercado pelos compradores, o mercado paulista seguiu “calmo nesta sexta-feira (14/01/22), e os preços estáveis na comparação diária”. Pelos números da Scot, boi, vaca e novilha gordos estão apregoados em R$ 337, R$ 308, e R$ 326, por arroba respectivamente (preços brutos e a prazo). “O ágio para bovinos com destino à exportação (o chamado “boi-China”, abatido mais jovem, com até 30 meses de idade) se dá entre R$ 10, e R$ 15, por arroba”, informa a Scot.
No dia 10/01/22, a Secretária Comércio Exterior (Secex) divulgou que o volume exportado de carne bovina fresca, refrigerada e congelada, alcançou a média diária de 7,09 mil toneladas na primeira semana de janeiro/22, a qual teve um avanço de 32,22% frente à média exportada na primeira semana do mês de janeiro/21, que ficou em 5,3 mil toneladas.
Os preços médios em janeiro/22 ficaram próximos de US$ 5.053,20 por tonelada, com uma alta de 12,03% frente aos dados divulgados em janeiro de 2021, em que os preços médios registraram o valor de US$ 4.510,80 por tonelada.
No dia 14 de janeiro de 2.022, o mercado interno de atacado (supermercados) nos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, apresentou os seguintes valores, em Real (R$) por quilo de carcaça: boi casado R$20,50 a R$21,00; vaca casada R$19,50 e novilha casada R$19,80. Preços Estáveis na semana.
Mercado Futuro Boi Gordo (B3).
No dia 14 de janeiro de 2.022, o Mercado Futuro Boi Gordo (B3) apresentou as seguintes cotações para a arroba do boi gordo – Cotações para preços livres de CERSS (antigo Funrural), e a vista
ANO 2.022: janeiro R$336,65; fevereiro R$337,05; março R$335,25; abril R$333,55; maio R$327,00 e julho R$325,00.
No mesmo dia 14 de janeiro de 2.022, o valor do Indicador Boi Gordo CEPEA (B3), ESALQ, para o Estado de São Paulo, fechou em R$335,39 por arroba, para a média dos últimos cinco dias deste Indicador. Cotações para preços livres de CERSS (antigo Funrural), e a vista. Ver gráfico 2.
Gráfico 2 – Cotações da arroba do boi gordo, no mercado físico/frigorífico ((Indicador Boi Gordo CEPEA (B3)) – vermelha, e no Mercado Futuro do Boi Gordo (B3) – azul.
O que se pode observar nos números do gráfico 2 é de que, no dia 14 de janeiro de 2.022 o Mercado Futuro Boi Gordo (B3) “sinalizou” para até julho de 2.022, uma tendência (projeções) dos preços da arroba do boi gordo entre R$325,00 e R$337,00.
O Gráfico 2 mostra também que as cotações para o período de abril a julho, apresentam uma tendência de queda dos preços da arroba do boi gordo, tendo em vista uma concentração maior da oferta de boi gordo para abate, da chamada SAFRA do boi de pasto.
Isto acontece porque o período de abril a maio é considerado o de “pico da safra” do boi gordo produzido à pasto, uma época em que “normalmente” ocorre uma maior concentração da oferta de boi “de pasto” para abate (SAFRA). Esta é a forma para antecipar a chegada do frio e da seca e seus reflexos negativos sobre a qualidade e a quantidade das pastagens disponíveis, e com perda de peso do boi gordo produzido à pasto.
E esta maior concentração da oferta de bois de pasto para abate, “normalmente” ocasiona uma queda para os preços pagos pela arroba do boi gordo.
Para o dia 14 de janeiro de 2.022, Gráfico 2 está mostrando exatamente isto. Tudo dentro de uma lógica… Tudo dentro do esperado… Tudo dentro do que é normal no mercado do boi gordo, com um aumento de oferta e queda dos preços da arroba.
MAS ATENÇÃO: “mudanças radicais” no Mercado Futuro do Boi Gordo (B3) podem ocorrer, e são comuns de acontecerem. Inclusive com fortes variações nas cotações diárias da arroba do boi gordo, como aconteceu no período de setembro a dezembro de 2.021. E é por isso que, como indicador de “tendências” de mercado, o Mercado Futuro do Boi Gordo (B3) “exige” acompanhamento diário e permanente. Para evitar “surpresas”. Fique atento…
Bezerro corte Nelore: R$2.847,35 por bezerro.
No dia 14 de janeiro de 2.022 o Indicador Bezerro Cepea (praça Mato Grosso do Sul) apresentou um valor de cerca de R$2.850,00 para um bezerro de corte Nelore comercial, idade de 08 a 12 meses, média de 210 kg de peso vivo. Uma queda de 5% durante o mês de janeiro de 2.022, de R$3.000,00 para R$2.850,00 por bezerro, menos R$150,00 por bezerro. Ver no Gráfico 3.
Esse padrão de bezerro de corte Nelore comercial apresentou, no dia 14 de janeiro de 2.022, valores de R$13,60 por kg peso vivo (R$2.850,00 dividido por 210 kg de peso vivo), e R$408,00 por arroba de bezerro (R$13,60 vezes 30).
GRÁFICO 3- Evolução das cotações do bezerro de corte Nelore, no Estado do Mato Grosso de Sul, nos últimos 30 (trinta) dias, e até o dia 14 de janeiro de 2.022
Para os valores (em 14 de janeiro de 2.022) da arroba do boi gordo a R$335,00 e do bezerro de corte comercial a R$2.850,00 por cabeça, a relação de troca foi de 1 (um) boi gordo de 16,5 arrobas para 1,94 bezerros de corte Nelore (R$5.536,00 dividido por R$2.850,00).
O Informativo Farmnews, apresenta os dados médios anuais da relação de preço do boi gordo de 16,5 arrobas e do bezerro de corte Nelore, segundo dados do Cepea, entre 2.000 e a parcial até o dia 20 de dezembro de 2.021. Ao longo essa série avaliada, a relação de troca de bezerros por boi gordo oscilou entre a máxima de 2,58 em 2.004 e a mínima de 1,74 em 2.021. É interessante observar também que apenas a partir de 2015 que a relação de troca caiu de 2,0 pela primeira vez.
Fonte: https://www.farmnews.com.br/mercado/dados-da-relacao-de-troca-de-bezerros- por-boi-gordo-de-2000-a-2021/
Em outro “Informativo Farmnews”, a melhora no poder de compra do pecuarista em janeiro de 2022, pelo menos na parcial do mês, acontece em razão da alta no preço do boi gordo (Cepea) que, na média até o dia 12 foi de R$337,00 a arroba. E ao contrário do boi gordo, o preço médio do bezerro (Cepea, Mato Grosso do Sul) acumula queda no início do ano e o preço médio de janeiro de 2022 de R$2.951,5 por cabeça ficou abaixo da máxima nominal já observada para a categoria, acima de R$3.100,0 por cabeça apurado em 2021.
Fonte: https://www.farmnews.com.br/mercado/troca-de-bezerros-por-boi-gordo-inicia- 2022-no-maior-valor-desde-2020/
Considerando-se R$335,00 como o preço para a arroba do boi gordo, e de R$408,00 o preço de arroba do bezerro de corte Nelore comercial, o ágio do preço da arroba de um bezerro de corte Nelore de 210 kg de peso, em relação ao preço da arroba do boi gordo de 16,5 arrobas, ficou em 21,79% (R$408,00 dividido por R$335,00).
Um Informativo Farmnews mostrou que, na média geral do período entre 2018 e a parcial de 2021, o ágio do bezerro de corte Nelore comercial frente ao boi gordo foi de 32,3%, com o valor oscilando entre a mínima de 17,7% em novembro de 2019 e a máxima de 54,8% de outubro de 2021. (Fonte:https://www.farmnews.com.br/gestao/agio-da-arroba-do-bezerro-sobre-boi- gordo-supera-50-em-outubro/).
Milho grão e o confinamento de bovinos.
O milho é o principal componente da alimentação na engorda de bovinos em confinamento, seja na forma de silagem de milho ou na forma de milho grão usado na composição de ração concentrada. Excluído o valor dos bois confinados, a alimentação representa de 80 até 90% do custo operacional de um confinamento. Assim, alterações dos preços do milho tem impacto direto nesta atividade.
O Indicador Milho ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas – Estado de São Paulo), no dia 14 de janeiro de 2.022, fechou em cerca R$97,00 a saca de 60 kg. Uma ALTA de R$11,00 por saca (12,8%) nos últimos 30 dias – de R$86,00 para R$97,00 a saca de 60 kg.
Gráfico 4. Considerando-se os valores de uma arroba do boi gordo a R$335, e a saca de 60 kg milho grão a R$97,00 a relação de troca foi em 1,00 arroba de boi gordo comprando cerca de 3,45 sacas de milho grão de 60 kg (R$335,00 dividido por R$97,00).
Segundo o Informativo Farmnews, ao longo de uma série iniciada em 2018, o poder de compra do pecuarista oscilou entre a máxima de 4,55 sacas de milho por arroba de boi gordo em novembro de 2019 e a mínima de 3,02 em outubro de 2021. No período todo, ou seja, de janeiro de 2018 a outubro de 2021, a média foi de 3,80 sacas de milho por arroba.
FONTE:https://www.farmnews.com.br/mercado/relacao-de-preco- do-boi-3/
Gráfico 4 – Evolução do preço da saca de 60 kg de milho grão, posto na região de Campinas (Estado de São Paulo) a nível de atacado, nos últimos 60 dias.
Esta análise divulgada pelo “Informativo FarmNews”, mostrou que o poder de compra do pecuarista confinador em 2021, em relação ao milho grão, alcança valores próximos a média da série apresentada, desde 2018. O que pode melhorar a margem do pecuarista na atividade de engorda de bovinos em confinamento.
Segundo o Cepea (10/01/2022), “os preços do milho voltaram a avançar neste início de ano (2.022) nos mercados nacional e externo. Segundo pesquisadores do Cepea, no Brasil, as altas estão atreladas à retração de vendedores, que estão atentos ao clima predominante seco no Sul do Brasil, e ao maior interesse de compradores, que precisam recompor seus estoques. No campo, produtores do Sul do Brasil já iniciaram a colheita da safra verão, mas, com o andamento dos trabalhos de campo, começam também a calcular os danos da forte estiagem na região sobre a produção de milho. Já no Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas mais frequentes favorecem as lavouras. Fonte: Cepea (www.cepea.esalq.usp.br)
E ATENÇÃO. Não deixe de conferir o “INFORMATIVO MENSAL DO ÍNDICE DE CUSTO DE PRODUÇÃO DE BOVINOS CONFINADOS (ICBC) da FMVZ/USP”.
Um trabalho realizado pela equipe do LAE – Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal – da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP), e disponível site (https://www.lae-fmvz-usp.com/). Ou diretamente pelo e. mail Indicadores LAE/FMVZ/USP <lae-indicadores@usp.br>
O propósito deste material da FMVZ/USP é permitir, a partir da divulgação de um informativo mensal, o acompanhamento da evolução dos custos de produção de bovinos confinados. E, além disso, deixar disponível o método de cálculo de custo desenvolvido em uma planilha eletrônica para comparação da eficiência técnica e econômica entre as produções. VALE A PENA CONFERIR…
Belo Horizonte, 17 de janeiro de 2.022.
José Alberto de Ávila Pires (Xapeco).